As letras aqui fluem com tanta rapidez que me pego pensando no que é mesmo que eu estou escrevendo. Ai me lembro de você batendo a minha porta, pedindo desculpas e voltando para nós. Um sorriso brotou nos meus lábios enquanto eu o via adentrar a sala, de mãos dadas a sua amada, sorrindo envergonhando e olhando todos como se nós fossemos morde-lo. Tenho certeza de que ri quando vi sua carinha doce e sem graça, mas não sabia se era um riso de simples felicidade ou de nervosismo por não saber o que esperar.
Após tanto tempo, tanta espera, tantas mentiras contadas, você voltou e trouxe mais alguém para nosso seio. Sentamos e conversamos sobre tudo o que aconteceu nesses longos meses, crendo que se passou mais de um ano sem que nos falassemos. Colocamos as cartas na mesa e discutimos as mentiras contadas por algum infeliz. Sobre o que mesmo se tratavam aquelas mentiras? Nem mesmo tenho certeza, apenas me lembro de ouvir que você me odiava e odiava a todos nós, porém, fora a mesma coisa que tu ouviu da boca daquele infeliz.
É nesse momento que me pergunto o por que de tamanha desgraça. Como podemos ter acreditado nas coisas grotescas que aquele desprezível ser nos falou? Como podemos esquecer nossa amizade em troca de palavras chulas e sem sentido? Então me recordo de que estavamos magoados com outras coisas e isso foi apenas o ponto de partida para o cabrunquinho entrar e fazer a festa. Ele conseguiu não foi? Tenho certeza de que se vangloriou da dor alheia, mas não durou tanto quanto ele esperava. Aqui estamos nós, juntos novamente e se tudo der certo inseparáveis.
Não vou me esquecer de você entrando na sala, sorrindo e dizendo um oi envergonhado. O papo rolando solto, risadas, brincadeiras e o melhor de tudo, palavras de consolo. Sorrio novamente, escrevendo essa carta, pois quero sempre relembrar, nunca esquecer, saber que você esteve aqui e que tudo foi resolvido.
Kissu
Nenhum comentário:
Postar um comentário