Dia 28 de novembro foi o dia em que o 26 bateu a minha porta. Sem pedir licença saiu entrando sem nem sequer dar boa noite. Arrombou a porta e deixou a dona da casa boquiaberta, olhando para os lados sem se tocar de que estava ficando mais velha. Do lado de fora uma fila de números, torcia de certa forma para que todos eles pudessem entrar, cada um em seu ano devido, mas doia ver o quão rápido o tempo passava, o quão doloroso era ficar mais velho.
A mocidade ia embora, ficava apenas as paixões. O rpg, o rock and roll, o churrasco com os amigos, a bebedeira, o bolo na cara, o namorido, as mesmas roupas e o mesmo peso. Tudo isso ficava embora o tempo passasse. Senti que mesmo envelhecendo continuo tão nova quanto no dia anterior. As paixões que fazem nossa vida seguir não iam pelo ralo por causa de um aniversário. Então aproveitei a noite, bebi o que pude, comi mais do que devia e sentindo que uma boa dor de barriga se seguiria no dia seguinte. Abracei os amigos, aqueles que se apertaram no orçamento já pequenino para me proporcionar um dia de alegria e felicidade.
Porém o dia seguinte sempre se segue com um pouco de nostalgia e aquela dorzinha no coração por ver que outras pessoas se esqueceram de você. Ai você entra no orkut e vê aqueles recadinhos de parabéns, feliz aniversário, sucesso e bla bla blas sem fim. Então no meio deles, voce encontra os recados de familiares, esses que deveriam ter te ligado ao inves de usar a internet. Você recebe um depoimento de uma prima que você ama e perebe que só ela pensou em lhe deixar uma mensagem tão bonita para ficar estampada no seu perfil. Você sorri um pouco, mas vê que pai e tios não lhe telefonaram, que não lhe procuraram e que ainda reclamam por que você não os procura. Então aborrecida sai da net e abraço meu amor, o homem que cuida de mim e vejo que sou querida e amada, por ele e por meus amigos, alguns parentes, mami e vovôs. O resto se lembra atrasado de lhe dar parabéns, mesmo que o orkut esteja lá um mês antes para lembrar a todos. Então você esquece, deixa pra lá e sai para se divertir com os amigos, uma mesa de vampiro para alegrar a noite e saciar a vontade de aventuras num mundo paralelo a chata realidade.
kissu desu
A parte do ficar mais velha eu não gosto! Porque acho que não importa o quão velha você pareça fisicamente, mas sim o que tem de essência. Seres humanos sã falíveis nos quatro cantos do mundo. Eu já provei deste veneno todos os dias e confesso, ainda não achei o antídoto. E talvez eu nem queira, não vou mais colecionar tristezas ou adversidades, vou colecionar experiências que me levaram a ser quem sou hoje que vão ainda me lembrar , meia duzia não fez? ok, chateia? Ok... mas atrás desta meia duzia, veio mais que uma dezena.
ResponderExcluirA realidade é nua e crua, mas felizmente, temos uma imaginação fértil e seguimos em frente.
Não se deixe abater..viver ultrapassa qualquer coisa.